A economia circular é um conceito econômico sustentável em que o processo de produção de consumo é pensado para que os produtos sejam mais duráveis e possam ser reutilizados de modo a não deixar rejeitos e não ter necessidade de extração de novos materiais para matéria-prima.

Na economia circular, o objetivo é criar um ciclo fechado em que os produtos são projetados para serem facilmente desmontados e terem suas peças e materiais reaproveitados em novos produtos ou processos produtivos, reduzindo assim a necessidade de extrair novos recursos naturais e minimizando a quantidade de resíduos gerados.

Atualmente o que vivemos é uma economia linear, na qual ocorre a extração da matéria-prima, fabricação do produto, consumo e em seguida após seu tempo de uso e durabilidade o mesmo é descartado em aterros sanitários, ou seja, um processo insustentável para o planeta.

E não é somente o problema de extração que é ruim a economia linear, mas também a poluição e destruição do meio ambiente que causa todo esse processo.

Catherine Weetman, CC BY-SA 4.0 <https://creativecommons.org/licenses/by-sa/4.0>, via Wikimedia Commons

Por que é importante a economia circular?

Simplesmente por que em muitos tipos de produção não é mais uma opção, mas uma necessidade, visto que os recursos do planeta não são infinitos e vai chegar a um momento em que não haverá mais recursos para serem explorados.A produção sustentável é uma forma de garantir que os recursos sejam usados de maneira eficiente, a fim de evitar o esgotamento dos mesmos. Além disso, ela também permite que as empresas reduzam seus custos operacionais.

O que é preciso para adotar a economia circular?

É preciso uma restruturação em todo o processo desde a produção até consumo dos produtos, em que os produtos sejam fabricados para poderem ser reparados e reaproveitados a fim de diminuir ou eliminar os rejeitos.

A transição para a economia circular requer uma mudança de paradigma na forma como concebemos e gerenciamos os processos produtivos e de consumo. Isso envolve repensar o design dos produtos para torná-los mais duráveis, modulares e fáceis de reparar e atualizar, além de incentivar a adoção de modelos de negócios mais circulares.

Ao mesmo tempo, é preciso promover a coleta seletiva, a recuperação e a reciclagem de materiais, de modo a fechar o ciclo de vida dos produtos e minimizar a quantidade de resíduos gerados. Essa abordagem requer a colaboração de todos os setores da sociedade, desde as empresas e governos até os consumidores e organizações da sociedade civil.

Benefícios

Os benefícios por se utilizar a economia circular são diversos, sendo os principais o crescimento sustentável da economia e reverter os danos ambientais causados ao planeta.

Entre os benefícios no âmbito de economia está a redução de custos referente a matéria-prima, mais geração de empregos e novas formas de negócio.

Além dos benefícios já citados, a economia circular traz uma série de outras vantagens para a sociedade e o meio ambiente. Ao adotar um modelo mais circular de produção e consumo, é possível:

• Reduzir a dependência de recursos naturais finitos e minimizar os impactos da extração e do uso desses recursos;
• Diminuir a emissão de gases de efeito estufa e outros poluentes, contribuindo para mitigar as mudanças climáticas e a poluição do ar, da água e do solo;
• Estimular a inovação e a criação de novos produtos e serviços mais eficientes e sustentáveis, gerando novos negócios e oportunidades de emprego;
• Fortalecer a resiliência dos sistemas produtivos e reduzir a vulnerabilidade a choques externos, como a volatilidade dos preços das commodities e as interrupções na cadeia de suprimentos;
• Promover a inclusão social e reduzir as desigualdades, por meio da criação de empregos verdes e do acesso a produtos e serviços de melhor qualidade e mais acessíveis;
• Fomentar a colaboração e a co-criação entre diferentes atores da sociedade, fortalecendo a participação cidadã e a governança democrática.

Economia circular no Brasil

Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), uma lei (Lei nº 12.305/10) foi implementada no Brasil para organizar a forma de lidar com o lixo no país.

Essa Política implica em que todos que produzem são responsáveis pelos seus resíduos dessa forma precisam lidar com a diminuição e reaproveitamento dos resíduos gerados.

Apesar da implementação da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), ainda há muito a ser feito para avançar na transição para a economia circular no Brasil. O país enfrenta desafios significativos, como a falta de infraestrutura adequada para a gestão dos resíduos, a falta de incentivos e estímulos para a adoção de práticas mais sustentáveis por parte das empresas, e a cultura de desperdício e descarte que ainda predomina na sociedade.

No entanto, há iniciativas promissoras em andamento em diversas partes do país, envolvendo empresas, governos, organizações da sociedade civil e comunidades locais. Essas iniciativas abrangem desde a coleta seletiva e a reciclagem de materiais até a criação de sistemas de logística reversa, a promoção de modelos de negócios mais circulares e a educação e conscientização da população sobre a importância da economia circular.

Além disso, é importante destacar que a economia circular pode ser uma oportunidade para o Brasil se destacar no cenário global, promovendo a inovação e a competitividade no setor empresarial e contribuindo para a construção de uma sociedade mais justa e sustentável.

Usar a economia no nosso dia a dia

Foto de Sarah Chai no Pexels

Existem diversas formas de fazer isso, desde o consumo com consciência até a mesmo nas atitudes, como trocar o carro por bicicleta, ou mesmo compartilhar carro com outras pessoas. E os benefícios de levar uma vida nesse conceito circular estão ligados a economia financeira e ao bem-estar.

Há muitas outras maneiras de viver de forma mais circular e desfrutar dos seus benefícios. Algumas delas incluem:

• Reduzir o desperdício de alimentos, por meio do planejamento das compras, do reaproveitamento de sobras e da compostagem de resíduos orgânicos;
• Optar por produtos e serviços de empresas que adotam práticas mais sustentáveis, como a redução do uso de embalagens plásticas, a utilização de energias renováveis e a gestão responsável dos recursos hídricos;
• Investir em produtos duráveis e de qualidade, que possam ser reparados e mantidos ao longo do tempo, em vez de optar por produtos descartáveis e de baixa qualidade;
• Adotar práticas de reuso, compartilhamento e aluguel de produtos, como roupas, utensílios domésticos, equipamentos esportivos e eletrônicos;
• Aprender e ensinar habilidades de reparo, como consertar roupas, móveis, eletrodomésticos e eletrônicos, para aumentar a vida útil desses produtos e reduzir a necessidade de substituição.